terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Uma Vida Nas Alturas

Tripulação, decolagem autorizada.

O coração de Ana Maria estava mais acelerado que os dos torcedores do Vasco no jogo do rebaixamento, era seu primeiro vôo, todos os seus amigos e familiares foram levá-la ao aeroporto - nenhum deles tinha viajado de avião também, isso não era comum na década de 60 - ela estava saindo do Rio de Janeiro para Miami, queria parir ao lado do marido, que prestava serviço lá há um ano para uma empresa de engenharia brasileira. E seu filho teria além do suporte de uma das melhores maternidades do mundo, dupla nacionalidade.

Para não viajar sozinha insistiu que a irmã, Beatriz, fosse com ela, alegou ser covardia deixar uma irmã com uma barriga de sete meses sozinha numa máquina daquelas, se era pra sofrer que sofressem em família.

O comandante anunciou que poderiam retirar o cinto de segurança e que em poucos minutos seria servido o serviço de bordo.

Ana comeu o seu jantar e o da irmã, a qual estava completamente imóvel esmagando um terço entre seus magros e longos dedos.


- Está com medo Bia?

- Não tanto, mas começo a duvidar de que eu tenha coragem para viagem de volta. E você está bem?

- Estou sim, só queria que você me ajudasse a ir ao banheiro, bebi muito suco e acho que não segurei, estou toda molhada.

- Como é? Deixe eu dar uma olhada.... Sua bolsa rompeu!! Socorro! Minha irmã entrou em trabalho de parto!!


O avião sobrevoava a floresta amazônica neste momento. Haviam três médicos no vôo, mas logo que o primeiro se apresentou os outros preferiram voltar a dormir. A comissária levou as irmãs e o médico para a primeira classe e ficou para ajudar. O doutor se impressionou quando viu que o parto não demoraria mais de uma hora. E aconteceria ali mesmo, no avião.

As contrações se tornavam mais intensas, Ana gritava mais alto e com maior intensidade, os de sono mais pesado iam também acordando, as crianças choravam e se esperneavam, as mulheres estavam em pânico e os homens aterrorizados.

O médico disse já estar vendo a cabeça de Clarice, chegara o momento tão esperado, em frações de segundos o resto do corpo deslizara para fora... Não era Clarice, era Ricardo, o pai vencera a aposta.
Um fato desses costuma render uma boa audiência na mídia, então, assim que o avião pousou em Miami, no início da manhã, além de carros da polícia, paramédicos e bombeiros (pra quê bombeiros?) estavam vans de todas as redes de televisão, e é claro, o pai.

Foram todos levados à maternidade e liberados no mesmo dia à noite. As irmãs juravam nunca mais entrar num avião, e assim foi feito, moram lá até hoje. Beatriz se casou com um ricaço de Palm Beach que era o responsável pelas provas da Nascar no estado e exerce com maestria a profissão de mulher de milionário; Beatriz escolheu a luxuosa orla de Miami Beach e se dedicou aos filhos, depois de Ricardo teve duas meninas, ambas nascidas em solo firme, e; seu marido (vai terminar sem nome mesmo) foi contratado pela Odebrecht - Miami.

O menino que nasceu nas nuvens cursou a escola de aviação e hoje pilota Boeings de Los Angeles ao Japão, casou com uma aeromoça inglesa e mantém um apartamento espaçoso em frente ao Central Park. Quando tem tempo vai com a família visitar os pais e tios na Flórida e o restante da família que ficou no Brasil, além dos sogros em Londres. É, uma vida nas alturas.

domingo, 30 de novembro de 2008

24 Horas - Agora É Real


Quem assistiu à sexta temporada de 24 Horas se deparou com um EUA vivendo o caos: terroristas possuíam bombas atômicas em solo americano, detonam uma e ameaçam detonar as restantes. Criatividade? Parece que não, talvez os roteiristas da série não sejam tão originais assim.

Recentemente vários blogs têm divulgado uma entrevista assustadora entre a TV Al-Jazeera e o suposto terceiro comandante da Al Qaeda, apresentado como "Sr. Mohammed Al-Asuquf, doutor em física e mestrado em economia internacional" - seria Asuquf anagrama de Fuq USA?

Seis pontos que envolvem esse fato devem ser destacados:
Primeiro: A rede Al-Jazeera nega que qualquer um de seus repórteres tenha realizado a entrevista.

Segundo: Esse tal de Asuquf provavelmente nem existe, o FBI não o reconhece e o Google (mais confiável que o FBI) só encontra resultados relacionados a essa entrevista, vista como um trote, quase todos em português. Português? Por quê?

Terceiro: A entrevista teria sido enviada ao jornalista Abel-Bari Atwan, editor-chefe do jornal árabe Al Quds, publicado na Inglaterra, que se negou a publicá-la por considerar o conteúdo revelador - tanto o jornal como o jornalista existem de fato:
Mapa da sede do Al Quds/Site.

Quarto: Segundo os dados mais consistentes e antigos a entrevista foi divulgada no fim de 2002, através de uma cópia que chegou a Foz do Iguaçu e foi traduzida por um misterioso professor universitário - a cidade é uma das maiores concentrações de árabes do mundo, fazendo fronteira com Argentina e Paraguai e; a região foi tida como possível HQ de terroristas para ataques anti-EUA feitos a partir da América do Sul logo após a divulgação da "falsa"-entrevista, pelo antigo secretário de estado americano Colin Powell.

Quinto: Dados como o PIB dos EUA, detalhes sobre antigas guerras e nomes como: Serguei Ivanov, citado como ministro de defesa russo (é também atual vice - primeiro ministro) e o sueco Hans Blix - chefe da equipe de inspetores da ONU na ocasião e atualmente um diplomata que diz temer mais o aquecimento global que armas de destruição em massa - são todos fatos consistentes.

Sexto: Seis pontos? Só eram cinco, acho que me enganei, ou Bin Laden apagou o rascunho.

Leiam agora a entrevista:

(Contém Spoiler para 24h)

Al-Jazeera - Qual o objetivo da rede Al Qaeda?
Al-Asuquf - Destruir o Grande Satã, isto é, os Estados Unidos e Israel.

Al-Jazeera - Por quê?
Al-Asuquf - Os USA vem ao longo de 60 anos impregnando o mundo com a sua arrogância, ganância e maleficência. É a encarnação de tudo que é mau. As pessoas que vivem nesse planeta não merecem este martírio.

Al-Jazeera - Esta visão não é um tanto unilateral?
Al-Asuquf - Não, é só você observar os últimos acontecimentos. O desrespeito ao tratado de Kyoto, o caso do Tribunal Penal Internacional Permanente, a inatividade em relação aos nossos irmãos palestinos, a ganância financeira com especulações absurdas sobre os países do Terceiro Mundo, o descaso completo com outros povos oprimidos e outras infinidades de situações que todos os chefes-de-estado ao redor do mundo conhecem. E para coroar a situação: a doutrina Bush de "atirar primeiro e perguntar depois". Isso é um abuso inaceitável e, portanto terá conseqüências muito graves.

Al-Jazeera - Mas o desenvolvimento e a influência americana não são frutos de uma competência?
Al-Asuquf - Competência em extorquir, competência em subjugar, competência em mentir. Após a Segunda Guerra Mundial, o USA era o único país industrializado com o seu parque de fábricas intacto. Emprestando dinheiro, como um bom agiota, acabou por se tornar um pais muito rico e poderoso, porem, sua ganância não foi reduzida. Hoje os americanos vivem como nababos, desperdiçam como nenhum outro povo, gastam cerca de 80 bilhões de dólares, por ano, só em apostas. Perderam a noção de espiritualidade e vivem em constante pecado. A cada dia que passa os USA demonstram que não sabem viver com os outros povos, por isso, merecem ser destruídos.

Al-Jazeera - Não seria mais fácil assassinar o presidente George W. Bush?
Al-Asuquf - Em primeiro lugar não iria adiantar nada, além, talvez, de transformá-lo em mártir. Quando você tem um inimigo poderoso pela frente a melhor estratégia é não matá-lo e sim, fazê-lo perder a liderança por incompetência e deixá-lo viver para ver isto acontecer.

Al-Jazeera - A rede Al Qaeda tem capacidade bélica de guerrear com o USA?
Al-Asuquf - Se analisarmos a história, veremos que toda grande guerra antes de ser iniciada era baseada em conceitos já estabelecidos. Mas observando bem, estes conceitos e estratégias de nada adiantaram, pois uma outra forma de guerra estava por ser travada. Um exemplo foi a construção da Linha Maginot pelos franceses, após a Primeira Guerra Mundial, e que na realidade, se mostrou completamente inútil diante das forças invasoras. Os porta-aviões, submarinos nucleares, satélites espiões de nada adiantarão na próxima guerra.

Al-Jazeera - Autoridades americanas mantêm mais de 1000 pessoas suspeitas de terrorismo após 11 de setembro, isto não compromete os planos da Al Qaeda?
Al-Asuquf - Destas pessoas presas talvez 20 ou 30 pertençam a Al Qaeda. Porém, são do segundo escalão. Nós possuímos mais de 500 integrantes do primeiro escalão e 800 do segundo escalão dentro dos USA.

Al-Jazeera - O que significa primeiro ou segundo escalão?
Al-Asuquf - Primeiro escalão são integrantes da Al Qaeda que se encontram no USA há mais de dez anos, muitos deles casados e com filhos. Conhecem por alto os planos e estão apenas aguardando um telefonema. Também são conhecidos por "adormecidos". Os de segundo escalão chegaram nos últimos cinco anos e não possuem a mínima idéia dos planos.

Al-Jazeera - Mesmo os casados, com filhos, estariam dispostos a morrer com suas famílias?Al-Asuquf - Sim. Todos estão dispostos a morrer. Vide 11 de setembro.

Al-Jazeera - Nos planos gerais da Al Qaeda o que foi 11 de setembro?
Al-Asuquf - Numa escala geral, foi apenas o início. Foi apenas uma maneira de chamar a atenção do mundo para o que ainda virá.

Al-Jazeera - Quantos membros a Al Qaeda possui?
Al-Asuquf - De primeiro escalão, perto de cinco mil, de segundo escalão, perto de 20 mil ao redor do mundo.

Al-Jazeera - Na prisão de Guantánamo tem algum integrante do primeiro escalão?
Al-Asuquf - Não, inclusive muitos nem são da rede Al Qaeda.

Al-Jazeera - Como a Al Qaeda pretende destruir a nação mais poderosa de toda a história?
Al-Asuquf - É uma questão de logística. Usando o seu próprio veneno, isto é, atacando o coração do que eles consideram a coisa mais importante neste mundo, o dinheiro.

Al-Jazeera - Como assim?
Al-Asuquf - A economia americana é uma economia de falsas aparências. Não existe lastro econômico real para a economia americana. O PIB americano é algo entorno de 10 trilhões de dólares, sendo que apenas 1% vem da agropecuária, apenas 24% vem da indústria. Portanto 75% do PIB americano vem de serviços e grande parte disto são especulações financeiras. Para quem entende de economia, e ao que parece o secretário do Tesouro americano, Paul O'Neil não entende ou não enxerga, basta ver que o USA como um todo se comporta como uma imensa companhia "ponto - com" e os dólares propriamente dito são suas ações.

Al-Jazeera - O senhor pode explicar mais?
Al-Asuquf - O valor das ações de uma companhia é diretamente proporcional a rentabilidade desta empresa. Quando a empresa é apenas prestadora de serviço e não produz bens, o valor de suas ações depende de sua credibilidade. O que quero dizer é que se a credibilidade dos USA for abalada, suas ações (o dólar), irão cair numa velocidade impressionante e toda a economia americana entrará em colapso.

Al-Jazeera - Como o senhor tem certeza disto?
Al-Asuquf - Em escala menor, é exatamente o que os grandes grupos financeiros fazem com países do Terceiro Mundo para conseguir rentabilidades, em um mês, iguais a que nenhum banco suíço poderia dar em quatro ou cinco anos.

Al-Jazeera - Como, portanto, a Al Qaeda conseguiria abalar a economia americana a esse ponto?Al-Asuquf - Provocando um déficit de 50 a 70 trilhões de dólares, o equivalente ao PIB de cinco a sete anos dos USA.

Al-Jazeera - Como isto seria feito?
Al-Asuquf - Com a destruição das sete maiores cidades americanas e mais algumas medidas.

Al-Jazeera - Isto seria feito através de que método?
Al-Asuquf - Usando bombas atômicas.

Al-Jazeera - Com toda a segurança nos USA como, hipoteticamente, estas bombas seriam lançadas em solo americano?
Al-Asuquf - Elas não serão lançadas, elas já estão lá.

Al-Jazeera - O que o senhor está dizendo?
Al-Asuquf - Já existem sete ogivas nucleares em solo americano que foram colocadas antes do 11 de setembro e estão prontas para serem detonadas.

Al-Jazeera - Como elas entraram nos USA?
Al-Asuquf - Antes do 11 de setembro a segurança americana era um fiasco, e mesmo depois, se fosse necessário, também conseguiríamos colocar as bombas nos USA. Elas entraram através dos portos marítimos, como cargas normais.

Al-Jazeera - Como isto é possível?
Al-Asuquf - Uma ogiva nuclear não é maior que uma geladeira, portanto, pode ser facilmente camuflada como uma. Em um porto marítimo chegam milhares de contêineres por dia, por mais eficiente que seja a segurança é impossível checar, vasculhar e examinar cada contêiner.

Al-Jazeera - De onde vieram estas bombas atômicas?
Al-Asuquf - Foram compradas no mercado negro.

Al-Jazeera - De quem?
Al-Asuquf - Da antiga URSS compramos cinco e do Paquistão mais duas.

Al-Jazeera - Como é possível comprar uma bomba atômica, não existe segurança?
Al-Asuquf - Antes de 1989 era praticamente impossível, porém após a queda do muro de Berlim, o exército russo entrou em um processo de autofagia e alguns generais de alto escalão começaram a perder seus privilégios, portanto, ficaram altamente susceptíveis às corrupções. O próprio General Lebed, já falecido, e o chefe da comissão de inspetores de armas da ONU, Hans Blix já sabiam disto, apesar do ministro da Defesa russo, Serguey Ivanov negar.

Al-Jazeera - Quanto custa uma bomba nuclear?
Al-Asuquf - Algo em torno de 200 milhões de dólares.

Al-Jazeera - Como a AL Qaeda conseguiu este dinheiro?
Al-Asuquf - Temos vários patrocinadores.

Al-Jazeera - Quem são eles?
Al-Asuquf - Existem vários países que nos patrocinam e mais algumas pessoas muito ricas.

Al-Jazeera - São todos países árabes?
Al-Asuquf - Não, existem, inclusive, países da Europa que também têm interesse na queda dos USA.

Al-Jazeera - Quem são estas pessoas ricas?
Al-Asuquf - Pessoas que também se cansaram de ver os USA sugando o resto do mundo.

Al-Jazeera - Saddam Hussein é uma delas?
Al-Asuquf - Poderia se dizer que é apenas um dos colaboradores, na pessoa de Abdul Tawab Mullah Hawaish, seu vice-primeiro-ministro e responsável pelos programas de armas do Iraque.

Al-Jazeera - Estas bombas atômicas são de que potência?
Al-Asuquf - As cinco ogivas russas são dos antigos mísseis T-3, também conhecidos como, RD-107 e sua potência é algo em torno de 100 kilotons cada uma, isto é, cinco vezes a bomba de Hiroxima. As paquistanesas são menos potentes, algo em torno de 10 kilotons.

Al-Jazeera - As bombas não podem ser detectadas e desarmadas pelas autoridades americanas?Al-Asuquf - Não, apesar de antigas elas sofreram modernizações e estão muito bem escondidas. Mesmo que fossem localizadas, elas possuem dispositivos de auto-detonação se alguma coisa se aproximar. Mesmo pulsos eletromagnéticos não são capazes de desativá-las.

Al-Jazeera - Elas não emitem radiação? Não podem ser detectadas?
Al-Asuquf - Não. Elas estão envoltas em grossas paredes de chumbo.

Al-Jazeera - Um navio paquistanês, suspeito, há pouco tempo foi vistoriado e só encontraram barras de chumbo. Isto tem alguma coisa a ver com as bombas?
Al-Asuquf - Sim, porém aquele chumbo seria apenas uma cobertura extra, não necessariamente fundamental.

Al-Jazeera - Como estas bombas seriam detonadas?
Al-Asuquf - Existem vários métodos, ligação por celular, radio freqüência, abalos sísmicos ou pelo seu relógio regressivo.

Al-Jazeera - Uma vez detonadas, estas bombas causariam a morte de quantas pessoas?
Al-Asuquf - Depende, pois o plano é muito maleável.

Al-Jazeera - Qual é, portanto, todo o plano?
Al-Asuquf - A principio seria detonada uma ogiva, o que iria provocar a morte de 800 mil a 1 milhão de pessoas e provocaria um caos de proporções nunca antes vistas. Durante este caos, mais dois ou três aviões agrícolas que se encontram desmontados em celeiros perto de estradas sem movimento do interior dos USA levantariam vôo para pulverizar mais dois ou três grandes cidades americanas com varíola, em missões suicidas. Isto significa que uma vez identificada a varíola, todos os portos aéreos e marítimos seriam fechados para quarentena. As fronteiras terrestres também se fechariam. Nenhum avião, barco ou veículo terrestre sairia ou entraria nos USA. Isto seria o caos total. O secretário de imprensa da Casa branca, Ari Fleischer terá muito trabalho para fazer.

Al-Jazeera - Mas o governo americano garantiu que em cinco dias poderia produzir vacina contra a varíola para toda a população.
Al-Asuquf - Ataques suicidas paralelos serão feitos contra as fábricas das vacinas.

Al-Jazeera - Qual seria a primeira cidade?
Al-Asuquf - A primeira cidade será a que melhores condições apresentar, por exemplo, céu claro, ventos de oito ou mais milhas/hora em direção ao centro do país, para que a poeira radioativa possa contaminar a maior área possível.

Al-Jazeera - Esse ataque aniquilaria a USA?
Al-Asuquf - Não. Mas o processo estaria iniciado. Quem iria comprar algum alimento dos USA sabendo que poderia estar contaminado por radiação? Quem iria viajar para os USA sabendo da possibilidade de contrair varíola? Quem continuaria a investir dinheiro em instituições americanas? Como no World Trade Center, seria apenas uma questão de tempo para toda a estrutura econômica ruir e virar pó. Se os objetivos forem alcançados com uma bomba e a varíola, provavelmente iremos poupar a vidas de outras pessoas, porém é arriscado e provavelmente mais seis bombas atômicas serão detonadas, uma por semana, e mais ataques com armas químicas serão efetuados.

Al-Jazeera - Quantas pessoas inocentes morrerão?
Al-Asuquf - Segundo estimativas feitas por mim e Ayman Al-Zawahiri, algo em torno de 15 milhões, devido as bombas atômicas e sua radiação. Das contaminadas por varíola, 25% morrerão, algo em torno de mais cinco milhões e muito outras devido ao caos e a desordem instalada.

Al-Jazeera - Mas a resposta militar americana?
Al-Asuquf - Praticamente não haverá. Mesmo que cinco ou dez cidades sejam escolhidas de maneira aleatória para serem destruídas, ainda será um preço pequeno para pagar. O problema é que o desespero econômico será tão grande que até poupar de gastar armas desnecessariamente ocorrerá, pois a liquidez de bens americanos ficará quase a zero e nesta altura os USA ganharão mais vendendo um porta-aviões da classe Nimitz que custa perto de 5 bilhões de dólares, para a Turquia ou Itália, por 1 bilhão de dólares, pois precisarão se recapitalizar de maneira urgente, porém será tarde de mais. Além do mais, qual será a moral de um soldado americano de lutar sabendo que toda a sua família morreu e seu país deixou de existir. Lutar pelo quê?

Al-Jazeera - A economia mundial, também, não ruirá?
Al-Asuquf - No inicio será muito difícil, uma grave crise econômica se instalará. Porém sem os USA o mundo logo se erguera de maneira mais justa e fraterna.

Al-Jazeera - E Israel?
Al-Asuquf - Como vocês dizem... Será a sobremesa.

Al-Jazeera - O porta-voz de Bin Laden, Sulaiman Abu Gheith, sabe que o senhor deu esta entrevista?
Al-Asuquf - Foi ele e bin Laden que me sugeriram que desse a entrevista.

Al-Jazeera - Osama Bin Laden está vivo?
Al-Asuquf - Vivo e com muita saúde, ao lado de seus comandantes, Mohammed Atef e Khalid Shaik Mohammed e o Mula Omar.

Al-Jazeera - E o senhor não receia que venham a descobrir os planos da Al Qaeda?
Al-Asuquf - O plano já está em sua contagem regressiva, nada mais poderá pará-lo.

Al-Jazeera - Nem mesmo um pedido de desculpas e novas atitudes por parte dos USA?
Al-Asuquf - Isso não aconteceria e mesmo assim é tarde demais.

Al-Jazeera - Quando será iniciado o ataque?
Al-Asuquf - Não posso revelar. Allah Akbar (Deus é Grande).

Bem, o texto pode ser mesmo de autoria da Al Qaeda, podia ser parte do plano usado pelos USA para justificar a continuação da guerra contra o terror ou simplesmente produto de uma fértil mente ociosa. Mas por que a divulgação se iniciou no Brasil? Por que depois de alguns anos esquecido o texto voltou à tona? Logo quando ações terroristas põem a Índia em tensão com o Paquistão. Quando uma crise econômica de níveis incalculáveis atinge sobretudo os EUA, deixando-o mais vulnerável. Será o início dos ataques? Faço das palavras de Al-Fuqusa, quer dizer, Al-Asuquf as minhas: Não posso revelar. Allah Akbar. xD

domingo, 16 de novembro de 2008

Slam

Que Nick Hornby é um excelente escritor todo mundo sabe (ou pelo menos deveria saber). Que seus livros são perfeitos para serem adaptados para a telona nínguem duvida. Mas que ele seria capaz de entrar em um universo desconhecido para ele até então... Em Slam (cujo significado remete ao tombo do skatista) ele mostra o quão jovem pode ser a mente de um escritor que já passou dos 50 e escreve com facilidade o que escreveria um cara de 18 anos.

O trabalho mais conhecido de Nick é o livro Alta Fidelidade, imortalizado no cinema com a brilhante atuação de John Cusack como Rob Gordon, um dos donos do Championship Vynil, uma loja de discos onde os donos ironizam o mau gosto dos clientes e valorizam a boa música (deu origem ao nome do excelente blog Champ Vinyl). Assim como em Alta Fidelidade, em Slam o autor faz inúmeras referências culturais: Sam, personagem principal é fanático pelo skatismo e faz confissões e pede conselhos a um pôster do Tony Hawk (as respostas do poster se baseiam na autobiografia do skatista: Hawk - Profissão: skatista, lida compulsivamente por Sam); o comportamento do protagonista e a escrita em fluxo de idéias remetem a uma versão mais moderna do livro O Apanhador no Campo de Centeio; são citados artistas e celebridades da atualidade a todo instante, de Jennifer Aniston a J. K. Rowling e David Beckham; Big Mac, iPod e X-box? Estão todos lá.

O melhor do livro é que Hornby não deixa de escrever como Hornby, e mostra de maneira incrível como um garoto esperto é forçado a se tornar adulto da noite pro dia. Escrito em primeira pessoa, a história é narrada por Sam, um jovem de 18 anos que mostra o quanto sua vida mudou nos dois últimos anos, quando ele arranja outro amor além do basquete, Alicia. Aí começa o drama: logo de início Alicia suspeita estar grávida de Sam, deixando-o desesperado, pois ele começava a acreditar que quebraria a maldição da família de engravidar cedo e não ir à faculdade.

Um fator surpresa foi o uso de flashforwards, por algumas vezes o protagonista acordava alguns meses no futuro e via uma prévia do que ocorreria com ele. Focando-se nos erros do antigo futuro, quando Sam chega no dia já visitado tenta desesperadamente corrigir as falhas que cometeria, no entanto tudo ocorre em vão, e ele percebe que os erros cometidos não podem ser apagados, mas errados de maneiras diferentes.

Outro tema bastante abordado é a diferença social entra as famílias de Sam e Alicia, os pais dele são separados e seu pai é encanador (também não se dá bem com o filho), os dela são professores universitários (profissão bem valorizada na Inglaterra) e são defensores árduos do bom e velho costume. E é nesse clima de diferenças, surpresas, intrigas e descontração que Nick Hornby conquista mais fãs e nos deixa mais um roteiro para um belo filme.


sábado, 25 de outubro de 2008

Chuta que É Macumba

Clara tinha acabado de chegar em São Paulo para um congresso, sua tia foi buscá-la no aeroporto e enquanto colocavam a conversa em dia foram para casa tomar o café da manhã. Café e banho tomados Clara foi falar com a tia:

- Não quero ir pro congresso hoje, as aberturas são sempre chatas. Você pode me levar pra conhecer um lugar interessante?

- Lugar interessante? Claaaro, vamos lá.

No caminho Clara tentava imaginar para onde estavam indo: Shopping Eldorado? 25 de Março? Um tour pela Avenida Paulista? Mas preferia não perguntar, qualquer um desses seria uma boa opção, era melhor guardar a surpresa. Já faziam 35 minutos que haviam saído de casa, e nada, não que as coisas sejam perto em São Paulo e o trânsito fácil, mas a casa de sua tia era bem localizada e o trânsito estava incrivelmente livre naquele dia, o estranho é que elas entravam em bairros cada vez mais parecidos com cidades do interior com ruas estreitas e lojas desertas e ultrapassadas, aquela paisagem parecia estar longe da de um local interessante.


20 minutos depois o carro estacionou em frente a uma casa velha e mais baixa que a calçada, a aparência era assustadora:

- Chegamos, esta é a casa de Dona Abghail, você vai adorar conhecê-la.


Entre o muro e a casa havia um estreito jardim saturado de todos os tipos de ervas e plantas desconhecidas. Na sala havia uma velha baixa e gorda, morena, com a pele semelhante à bochecha de um bulldog e usando um Ray-Ban. Estava atrás de uma enorme mesa. Em cima da mesa haviam mais de 50 santos diferentes e um crucifixo gigante, pela porta do fundo era possível ver um terreiro com não menos que 30 galinhas pretas. Clara só se perguntava quem diabos era essa Dona Abghail, uma mãe de santo? rezadeira? macumbeira? curandeira? mutante sobrenatural? Mais tarde descobriu que ela agia como se fosse tudo isso e algo mais. O silêncio foi interrompido por uma voz gélida, áspera e metálica:



- Sabia que vocês viriam hoje pela manhã. (Claro)

- Você é um anjo! - (Mais uma atribuição) - Eu trouxe minha sobrinha para lhe conhecer, a Clara.

- Nem precisa dizer seu nome completo e endereço, já está no caderno dos familiares de primeiro, segundo e terceiro graus da sua tia. Anote aí numa dessas folhas que estão em cima da mesa o nome de seu protetor e dos anjos da guarda de frente, de trás, do lado esquerdo e do direito e sua cor espiritual - Ela falou todos os nomes, pegou uma bengala para cegos (Ela ser cega dá todo um charme para os poderes sobrenaturais) e pareceu fazer preces em torno de Clara, depois, voltou para sua poltrona vermelha - Anote agora as folhas dos banhos, você deve usá-las no lugar do sabonete, mas pode usar shampoo (Que alívio), lembre-se de nunca usar a toalha, a água deve evaporar naturalmente (Isso no frio de São Paulo deve ser ótimo). Ah, e se quiserem podem "pegar" as folhas aqui no quintal, são difíceis de ser encontradas por aí (Não diga).


Antes de sair, a tia entregou uma feira de supermercado que fez para D. Abghail, pagou R$50 por uns pacotes de folhas e deixou mais de R$100 pela "consulta" e pelas orações que D. Abghail faz por ela quando ela precisa.

Mal haviam saído e a tia ligou pra sua Guru:

- Esqueci de lhe perguntar, por qual caminho devo voltar? Ah, tem razão, pela autopista deve ser mais rápido e seguro mesmo, obrigada, tchau.

- Tia você intercede a ela por tudo? Não vi nada demais naquela mulher, a não ser a esperteza.

- Não fale assim de Dona Abghail, ela é violenta, você não conhece as rezas dela. Seu avião só não caiu porque pedi a ela que o guiasse (Primeiro Mandamento, não fales o nome de D. Abghail em vão). E só não batemos o carro ainda porque dirijo com anéis e aliança na mão oposta pra evitar acidentes, além de ter usado um vestido com lilás, verde e laranja no réveillon, como ela mandou. Ela agora está tentando fazer com que minha vizinha se mude. Lembra dela? Parecia ser minha amiga, mas é bruxa, vivo caindo em casa, só pode ser praga dela (Danou-se). Vive de cara feia pra mim.

- Você continua lavando o muro de madrugada?

- Sim.

- Então entendo a raiva dela.

Depois desse dia Clara não perdeu um dia de congresso, dormiu 2 deles ilegalmente no quarto de suas amigas num hotel e dizia onde queria ir a sua tia antes de saírem. E por via das dúvidas, era melhor não ficar falando de Dona Abghail.