Márcio voltava da churrascaria Mama’Minha, estava sozinho no seu novo Fiat 500, seu mais novo sonho de consumo realizado. Tinha almoçado com a família e ia à casa de um amigo assistir ao jogo da seleção do Brasil com a rapaziada.
Faltavam apenas 15 minutos para as 4 da tarde. A avenida do parque municipal estava completamente deserta, perfeita para ele testar ao máximo seu possante.
Quando o velocímetro chegava aos 140 km/h apareceram em sua frente dois meninos atravessando a pista correndo com uma pipa, ele freou o carro de uma vez, os meninos conseguiram chegar à calçada quando o carro chegava a 40 km/h, mas Márcio não esperava que houvesse um terceiro garoto, que estava bem em frente ao carro. O garoto pulou bem na hora e se livrou do carro.
A sensação de alivio logo deu lugar à raiva. Márcio gritou algo inaudível para o moleque, o qual deveria ter aproximadamente uns oito anos, e o pivete mandou uma dedada de volta. Foi a gota d’água, Márcio pegou o primeiro retorno que apareceu e foi com o carro em direção ao grupo de garotos, que já nem o notavam, de costas.
Faltavam apenas 15 minutos para as 4 da tarde. A avenida do parque municipal estava completamente deserta, perfeita para ele testar ao máximo seu possante.
Quando o velocímetro chegava aos 140 km/h apareceram em sua frente dois meninos atravessando a pista correndo com uma pipa, ele freou o carro de uma vez, os meninos conseguiram chegar à calçada quando o carro chegava a 40 km/h, mas Márcio não esperava que houvesse um terceiro garoto, que estava bem em frente ao carro. O garoto pulou bem na hora e se livrou do carro.
A sensação de alivio logo deu lugar à raiva. Márcio gritou algo inaudível para o moleque, o qual deveria ter aproximadamente uns oito anos, e o pivete mandou uma dedada de volta. Foi a gota d’água, Márcio pegou o primeiro retorno que apareceu e foi com o carro em direção ao grupo de garotos, que já nem o notavam, de costas.
Sua intenção era de meter uns cascudos no moleque para lhe dar uma lição inesquecível. Tudo ocorreu bastante rápido, um deles viu o Fiat 500 branco com faixas laterais verde e vermelha – un taliano allineare – chegar perto e avisou ao menor deles, o alvo. A reação dele foi imediata, correu para outra pista sem olhar sequer para uma Pajero Full que vinha com certeza, a não menos de 80 km/h e lhe atingiu em cheio.
A Pajero parou e um homem de seus 40 anos desceu e foi ao encontro da vítima, jogada a mais de 100 metros. Da carona desceu uma senhora, a qual parecia ser sua esposa, que foi conter o desespero de três crianças no banco traseiro, duas meninas e um menino, todos menores que o garoto atropelado.
Não sei de onde nem como, mas o número de pessoas que se aglomeravam no local era impressionante, o motorista gritou que o garoto parecia morto e seus dois colegas gritavam e apontavam para o Fiat 500, paralisado no mesmo local do outro lado da avenida desde o momento do acidente.
Foi então que Márcio despertou, arrancou o carro ouvindo gritos e ainda cruzou com a ambulância que ia ao local do acidente.
Chegou à casa do Thiago, seu amigo, e se deu conta de que o jogo já havia começado, o Brasil estava perdendo para Bolívia por um a zero. Thiago não pôde conter o espanto e perguntou:
- O que foi que aconteceu com você cara? Parece que viu defunto.
- E vi. Pior ainda, eu gerei aquele defunto.
- Entra logo e me explica qual foi a merda que você fez dessa vez.
Márcio contou tudo o que ocorrera a todos que estavam ali presentes, e partiu para a delegacia para se entregar, ele sabia que não era o principal culpado, não tinha atropelado ninguém, mas tinha ainda um mínimo de dignidade para honrar e assumir a sua parcela de culpa.
O caso atingiu grandes proporções na mídia e alguns meses depois Márcio fazia campanhas contra a violência no transito. Até que numa saída de festa ele trancou um carro sem intenção e uma bala foi cravada no meio da sua testa.
A Pajero parou e um homem de seus 40 anos desceu e foi ao encontro da vítima, jogada a mais de 100 metros. Da carona desceu uma senhora, a qual parecia ser sua esposa, que foi conter o desespero de três crianças no banco traseiro, duas meninas e um menino, todos menores que o garoto atropelado.
Não sei de onde nem como, mas o número de pessoas que se aglomeravam no local era impressionante, o motorista gritou que o garoto parecia morto e seus dois colegas gritavam e apontavam para o Fiat 500, paralisado no mesmo local do outro lado da avenida desde o momento do acidente.
Foi então que Márcio despertou, arrancou o carro ouvindo gritos e ainda cruzou com a ambulância que ia ao local do acidente.
Chegou à casa do Thiago, seu amigo, e se deu conta de que o jogo já havia começado, o Brasil estava perdendo para Bolívia por um a zero. Thiago não pôde conter o espanto e perguntou:
- O que foi que aconteceu com você cara? Parece que viu defunto.
- E vi. Pior ainda, eu gerei aquele defunto.
- Entra logo e me explica qual foi a merda que você fez dessa vez.
Márcio contou tudo o que ocorrera a todos que estavam ali presentes, e partiu para a delegacia para se entregar, ele sabia que não era o principal culpado, não tinha atropelado ninguém, mas tinha ainda um mínimo de dignidade para honrar e assumir a sua parcela de culpa.
O caso atingiu grandes proporções na mídia e alguns meses depois Márcio fazia campanhas contra a violência no transito. Até que numa saída de festa ele trancou um carro sem intenção e uma bala foi cravada no meio da sua testa.
15 comentários:
Otimo blog. Excelente post!
Nossa Coitadoo , do cara meeu , rs Blog maneeiro Goostei rs. Beeijinhus
Eu ainda vou ter um carro desse... mas n vou agir como esse cara, essa liçao serviu p mim =D
;OOO Está PERFEITO!! ahisuhaisu' Tinha visto que vc tinha esse blog, mas não tinha tido a coragem de ler ainda :D Está ótimo, deu até vontade de escrever tbm, farei um pra mim nas férias com umas historinhas que eu já criei ^^
beijos
Vivendo e aprendendo, tenho mania de arengar no transito. Ta, sei q devo parar e vou sim, juro q vou, ainda mais depois de ler isso. Ta muito doido esses contos cara. Valeww!
Caraca q final, CHOCANTE! o.o
Muito bom. Parabéns pela idéia.
Trânsito é um assunto bastante comentado hoje em dia, principalmente por causa da violência.
BjuZ'
http://canalcereja.blogspot.com/
Putz... muito bom!
O transito é muito perigoso, e as pessoas recusam e ter cautela... correr é normal, freiar em cima do outro é normal... não gosto disso...
Aí vem outro como o do pajero, que nao tinha nada a vez com a história e é esse que vai dormir com a consciência pesada.
http://apenas-daniel.blogspot.com/
Cara, lembra do post sobre o Fim do Mundo, no Champ Vinyl, com as sugestões dos leitores?
nasceu!
http://champ-vinyl.blogspot.com/2009/10/apocalypse-now.html
Espero que goste!
Abração!
Sensacional, entrei na historia e participei de tudo, foi como ver o acidente e sentir o que ele sentiu! Otimo conto!
Oi Lucas!
Muito legal a história e mostra que o mundo dá volta. Como diria os mais velhos, pantamos o que colhemos.
Abraço
fIOQUEI CHOCADO COM AHISTORIA. sUCESSO COM SEU BLOG.
Bela historia, me prendeu ate o fim, que p sinal ta perfeito :)
Tem gente que acha que só porque está num carro pode fazer o que bem entender porque tem um acelerador.
Felizmente o protagonista da história teve consciência de se entregar na delegacia - porque ele sim foi o culpado do acidente - mas tem muita gente que (sinceramente eu não como consegue conviver com a culpa) some pra não ser preso.
Na minha cidade ano passado teve um acidente na estrada, na época de julho, envolvendo dois carros, mas um terceiro havia provocado a merda toda.
Das oito pessoas que estavam nos veículos só uma sobreviveu, e o culpado nunca foi achado.
Muito bom o texto.
beeesos
só podia mudar os nomes ¬¬
uhhauahuaha
bom post como sempre.
e cara, faz tempo que não entro nesses blogs!
Faz posts menores lucas!
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