Tripulação, decolagem autorizada.
O coração de Ana Maria estava mais acelerado que os dos torcedores do Vasco no jogo do rebaixamento, era seu primeiro vôo, todos os seus amigos e familiares foram levá-la ao aeroporto - nenhum deles tinha viajado de avião também, isso não era comum na década de 60 - ela estava saindo do Rio de Janeiro para Miami, queria parir ao lado do marido, que prestava serviço lá há um ano para uma empresa de engenharia brasileira. E seu filho teria além do suporte de uma das melhores maternidades do mundo, dupla nacionalidade.
Para não viajar sozinha insistiu que a irmã, Beatriz, fosse com ela, alegou ser covardia deixar uma irmã com uma barriga de sete meses sozinha numa máquina daquelas, se era pra sofrer que sofressem em família.
O comandante anunciou que poderiam retirar o cinto de segurança e que em poucos minutos seria servido o serviço de bordo.
Ana comeu o seu jantar e o da irmã, a qual estava completamente imóvel esmagando um terço entre seus magros e longos dedos.
- Está com medo Bia?
- Não tanto, mas começo a duvidar de que eu tenha coragem para viagem de volta. E você está bem?
- Estou sim, só queria que você me ajudasse a ir ao banheiro, bebi muito suco e acho que não segurei, estou toda molhada.
- Como é? Deixe eu dar uma olhada.... Sua bolsa rompeu!! Socorro! Minha irmã entrou em trabalho de parto!!
O avião sobrevoava a floresta amazônica neste momento. Haviam três médicos no vôo, mas logo que o primeiro se apresentou os outros preferiram voltar a dormir. A comissária levou as irmãs e o médico para a primeira classe e ficou para ajudar. O doutor se impressionou quando viu que o parto não demoraria mais de uma hora. E aconteceria ali mesmo, no avião.
As contrações se tornavam mais intensas, Ana gritava mais alto e com maior intensidade, os de sono mais pesado iam também acordando, as crianças choravam e se esperneavam, as mulheres estavam em pânico e os homens aterrorizados.
O médico disse já estar vendo a cabeça de Clarice, chegara o momento tão esperado, em frações de segundos o resto do corpo deslizara para fora... Não era Clarice, era Ricardo, o pai vencera a aposta.
Um fato desses costuma render uma boa audiência na mídia, então, assim que o avião pousou em Miami, no início da manhã, além de carros da polícia, paramédicos e bombeiros (pra quê bombeiros?) estavam vans de todas as redes de televisão, e é claro, o pai.
Foram todos levados à maternidade e liberados no mesmo dia à noite. As irmãs juravam nunca mais entrar num avião, e assim foi feito, moram lá até hoje. Beatriz se casou com um ricaço de Palm Beach que era o responsável pelas provas da Nascar no estado e exerce com maestria a profissão de mulher de milionário; Beatriz escolheu a luxuosa orla de Miami Beach e se dedicou aos filhos, depois de Ricardo teve duas meninas, ambas nascidas em solo firme, e; seu marido (vai terminar sem nome mesmo) foi contratado pela Odebrecht - Miami.
O menino que nasceu nas nuvens cursou a escola de aviação e hoje pilota Boeings de Los Angeles ao Japão, casou com uma aeromoça inglesa e mantém um apartamento espaçoso em frente ao Central Park. Quando tem tempo vai com a família visitar os pais e tios na Flórida e o restante da família que ficou no Brasil, além dos sogros em Londres. É, uma vida nas alturas.
21 comentários:
Oba, contos!
Tinha que trabalhar nisso ao nascer nas alturas!
Parabéns, tá muito bom.
http://bsalgada.blogspot.com/2008/12/pamela-anderson-ainda-sexy-uma-leitora.html
se foi tu que fez.. parabéns.. belo texto *-*
Voar pela primeira vez é meio foda,aindamais quando tu entra em trabalho de parto.hauahauaahauaahu
Muito legal
adoro contos bem contados...
muito bom fio!!!
heheeheh
Sabe, nunca entrei num avião, mas tenho vontade.
Muito bom, gostei dos seus textos, parabéns.
Adorei o texto. Confesso que não gosto de textos com mais de um parágrafo, mas tu escreve de uma maneira tão leve que acabei gostando!
E eu adoro contos... talvez um dia volte a escrevê-los. Um abraço!
http://anddreoliveira.blogspot.com/
BELO TEXTO,TB MORRO DE MEDO DISSO.
http://fogodeletras.blogspot.com/
opaa
bom o texto...poco chique o aviao tbm hsuahsa
http://publicandobr.blogspot.com/
Bahh!!! Mto legal o texto veio, parabéns!!!
http://miscelaniadebobagens.blogspot.com/
Muito lokooo esse texto cara...parabens pra vc!!
Nossa......tô impressionada!
Muito criativo seu texto!
Além de nascer no avião, seguiu a carreira de piloto!
Adorei!
Oi Lucas!
Gostei muito da sua visita no meu blog, vim então retribuir. xD
Posso dizer uma coisa? Eu adoro contos. Amo. Mas gosto daqueles bem contados, com um ritmo bom... Posso dizer que gostei muuuito do seu?! hahaha
Parabéns, viu?
Agora esse trecho aqui:
"mantém um apartamento espaçoso em frente ao Central Park."
Po, sonho de consumo, okay?!
hehehe
Beijão e uma ótima semana!!
Jóia o conto, parabéns, tu acaba te envolvendo e a expectativa se acentua bastante ao desenrlar do conto, abraço.
parabesn pelo post cara, bacana
Abraço e bons posts pra ti Apanhador. 0/
http://www.smn2.blogspot.com/
coitado marido... anônimo... heueueuehuee
história muito legal, não parece inventada... bem realista...
Um conto muito bem contado. E bem RealistaAdorei o Blog.
http://blog-podre.blogspot.com/
O vascaino e sempre zuado. ahusahsuahsuhsauh
Amei a historia, perfeita como todos os seus contos...
;*
Conto perfeito, exceto por debochar do meu eterno time, VascOOOO. =P
Caraca, fazia tempo q naum aparecia por aki...
ei, mal começa o texto e Vasco já eh zoado =S
tipow, gostei do texto... mas vc jah teve melhores. Acho q foi o final... naum gostei mto dele!
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